Na
“Última ceia”, de Leonardo da Vinci, logo após Jesus anunciar que um de seus 12
apóstolos iria traí-lo, as reações foram intensas e bastante diversas.
Falava-se
muito com as bocas – algumas cheias – e as mãos, bem ao estilo italiano, apesar
de tudo acontecer no Oriente. Expressões como “Eu nunca faria isso, senhor!”,
ou “Quem seria capaz disso?”, ou “O quê?” ou “Preciso de mais uma taça de
vinho!”, podiam ser ouvidas a certa distância. Obviamente, todos quiseram saber
quem poderia fazer tal coisa contra o mestre. Este, então, lançou um desafio a
seus inquietos seguidores:
-
Vou lhes contar uma anedota, e aquele que não conseguir controlar o riso, será
meu pusilânime.
Tomé
perguntou o que significava “pusilânime”, mas nenhum colega se animou a
responder. Se bem que não adiantaria, pois Tomé, provavelmente, desconfiaria da
resposta.
De
qualquer maneia, Jesus iniciou:
-
Um homem embriagado estava sentado no jardim, quando vê um funeral ao fundo da
rua e pensa: “Vou ver o que é aquilo”. Quando chegou, a viúva gritava:
-
Ai querido, tu vais para onde não há comida, vinho, móveis, nada!
E
o bêbado disse:
-
Espere aí! Para a minha casa ele não vai!
Apesar
de não ser uma das melhores histórias que o grande líder contava, um de seus
seguidores riu demais: Judas. Jesus se decepcionou com a descoberta, claro, mas
ficou também preocupado, pois Tomé e João pareciam não terem achado graça por
não terem entendido a piada. Como o senhor podia confiar seu legado a pessoas
tão lentas? E olha eu já era a segunda de Tomé naquela noite!
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