Vi uma entrevista do Dan Brown, na televisão, sobre
seu novo livro, Inferno. Fiquei
cismado. A repórter perguntou sobre quais tipos de livros ele gostava de ler. A
resposta foi que sua preferência era por textos informativos, realistas. Ou
seja, o referido escritor não curte muito literatura.
Não citou Hemingway ou Dickinson (seu conterrâneos),
Dostoiévski ou Kafka, Gabriel Garcia Marquez ou Fernando Pessoa. Nem mesmo
Dante Alighieri! Será que ele leu a Divina Comédia? Será que ele
conseguiu adentrar os níveis dantescos, contados em tercetos, poeticamente?
Acho que não. E o porquê da minha afirmação é fácil de explicar: Dan
Brown não produz arte. Literatura é arte. O que ele faz é contar histórias, sem
preocupação com o bom uso das palavras. E como as coisas do mundo são paradoxais,
ele decide escrever a partir de poesia, talvez o gênero literário mais complexo
de todos.
Espero que, pelo menos, os muitos seguidores de Robert Langdon –
personagem das tramas de Brown – possam se interessar um pouco por Dante (o
escritor e o personagem).
Eu
leio Dante Alighieri, mas não leio Dan Brown.
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